Podem ser removidas com cirurgia minimamente invasiva – técnica que praticamente não deixa cicatrizes e com rápida recuperação para o paciente.
A vesícula biliar é um órgão localizado abaixo do lobo direito do fígado, que tem como função atuar como uma espécie de reservatório para a bile (líquido produzido pelo fígado), que fica guardada na vesícula e vai sendo liberada à medida que o processo de digestão vai acontecendo.
Ocorre que desequilíbrios no organismo, provocados por questões alimentares ou simplesmente porque a pessoa tem uma propensão a desenvolver o problema, fazem com que este líquido se calcifique, formando pequenas pedras (às vezes nem tão pequenas), popularmente conhecidas como pedras na vesícula. A bile é formada pela mistura de várias substâncias, entre elas o colesterol, responsável pela maioria da formação de pedras.
Estas pedras podem ser de tamanhos diferentes (em alguns casos podem ser do tamanho de um grão de areia, e em outros pode chegar ao tamanho de uma bola de golfe). O número de pedras que se formam na vesícula também pode variar bastante – alguns pacientes apresentam uma pedra, e outros muitas. Uma das possíveis causas é o fato de que a bile não consegue dissolver todo o colesterol que o fígado excreta para a vesícula, transformando lentamente estes restos em cristais que podem impedir o fluxo da bile para o intestino e causar uma inflamação chamada colecistite.

Quais são os sintomas que devem ser observados?
O Dr. João Couto Neto, cirurgião que tem como uma de suas especialidades a cirurgia para remoção de pedras na vesícula, chama a atenção para o fato de que “é bastante comum a gente se deparar com pacientes que têm pedras em grande quantidade ou de tamanhos consideráveis na vesícula e que não apresentam sintomas”.
E como o médico diagnostica nestes casos? “Normalmente em exames de rotina, ou em momentos em que estão sendo pesquisadas outras questões de saúde”.
Quando os sintomas aparecem, é porque a pedra já está bloqueando o ducto biliar. O paciente sente cólicas no lado direito do abdômen, logo abaixo das costelas. E há casos em que a pedra se desloca para o intestino delgado, provocando dores nas costas, especialmente após as refeições – nestes casos, as dores vêm acompanhadas de febre, além de amarelamento da pele e da parte branca dos olhos.
Complicações que podem vir com as pedras na vesícula
O dia a dia do consultório mostra que entre 15% e 20% dos pacientes que desenvolvem pedras na vesícula terão complicações mais graves, como a colecistite aguda ou pancreatite aguda. O Dr. João Couto Neto chama a atenção para o fato de que “um risco para pacientes que não removem as pedras pode ser o desenvolvimento de câncer de vesícula”.
A remoção de cálculos biliares, normalmente, é feita por videolaparoscopia, técnica cirúrgica minimamente invasiva
Na verdade a única forma de remover cálculos biliares é com cirurgia. Mas a Medicina dispõe de tecnologias para fazer através de um procedimento simples e rápido, a videolaparoscopia que é minimamente invasiva trazendo muito mais segurança para o paciente na realização do procedimento. Além disto, a cirurgia é realizada em menos tempo, o que diminui a exposição do paciente ao uso de anestesia. E por fim, não menos importante, a recuperação se dá de uma forma muito mais rápida e leve para o paciente. A maioria pode voltar para casa no mesmo dia.
Preocupação também com a estética do paciente
Uma das preocupações de quem precisa passar por cirurgias diz respeito às cicatrizes. Pensando nisto, o Dr. João Couto Neto trabalha cada vez mais focado em deixar as menores marcas e em locais “despercebidos” na pele de seus pacientes. Ele explica que “a colecistectomia laparoscópica envolve quatro pequenas incisões, por onde pequenos instrumentos cirúrgicos são inseridos para remover a vesícula biliar”. E diz ainda que “dentro da nossa proposta de evoluir sempre e melhorar a vida dos pacientes, buscamos além do bem-estar, algumas vantagens estéticas. Assim, com menos cicatrizes e em local invisível como a linha da roupa íntima, desenvolvemos a cirurgia de retirada de vesícula”. Essa cirurgia menos invasiva, já era de recuperação rápidas e com poucas dores agora além de serem pequenas as marcas elas ficam em local mais escondido ainda.
Um caso raro: paciente com mais de 500 pedras nas vesícula
O dia a dia de cirurgião traz acontecimentos impactantes para os médicos. Embora seja comum um número razoável de pedras, há pouco tempo o Dr. João Couto Neto se deparou com uma situação totalmente inusitada e interessante – a retirada de mais de 500 pedras da vesícula de um paciente.
O médico explica que “isto é algo mais raro, mas como vimos, não impossível”.
O médico salienta que “é importante estarmos sempre atentos aos sinais e procurar um médico sempre que nosso corpo nos der algum sinal de que algo está errado”.